sexta-feira, 18 de abril de 2014

Parque Olímpico de Deodoro custará R$ 804 milhões

Atraso nas obras de Deodoro é uma das preocupações Comitê Olímpico Internacional (COI).


JULIANA DAL PIVA

Rio - As obras do Complexo Esportivo de Deodoro — que preocupam o Comitê Olímpico Internacional (COI) e tiraram o sono do prefeito Eduardo Paes — tiveram finalmente os editais publicados na quinta-feira. De acordo com os valores anunciados no Diário Oficial, a contratação da execução do projeto deverá custar ao menos R$ 804,2 milhões. O total, somado à licitação já realizada de obras necessárias nas vias do entorno da região eleva para R$ 853,5 milhões o preço final do complexo. O local receberá 11 modalidades olímpicas e quatro paraolímpicas nos Jogos de 2016. Na concorrência lançada ontem, as obras ficaram divididas em dois editais. O maior, de R$ 647,1 milhões, prevê a construção do Estádio de Canoagem Slalom, as pistas de Mountain Bike e de BMX, a Arena de Rúgbi e Combinado do Pentatlo Moderno e a Arena Deodoro, onde acontecerão competições de esgrima e as preliminares do basquete feminino. 

Parte da estrutura construída para os Jogos Pan-Americanos de 2007 será aproveitada, com readequações. Serão feitas reformas no Centro Nacional de Tiro Esportivo, no Centro de Hóquei sobre Grama e na piscina do Pentatlo Moderno que já existem no local e só precisarão ser readequados às exigências do COI. No outro edital, de R$ 157,1 milhões, será contratada a reforma do Central Nacional de Hipismo, onde haverá as competições de cross country, saltos e adestramento, além da construção da clínica veterinária e da Vila dos Tratadores. As empresas interessadas precisam se inscrever até 30 de maio e o objetivo é que as obras comecem no segundo semestre deste ano para que sejam concluídas até junho de 2016. Apesar da licitação ser realizada pela prefeitura, o complexo será custeado com verba do Ministério do Esporte. O complexo de Deodoro, na Zona Norte, é uma das quatro áreas de competição. As outras são na Barra da Tijuca (Parque Olímpico), a região do Maracanã e a Zona Sul da cidade (que inclui Copacabana, Lagoa e Aterro do Flamengo).


Projeto passou de mão em mão até chegar à prefeitura 
A Prefeitura do Rio corre contra o tempo para conseguir realizar a obra e fazer as adequações necessárias no Complexo Esportivo de Deodoro. Na proposta de candidatura, a reforma do local era responsabilidade do governo federal, que repassou a obra ao governo do estado em 2012. Em maio do ano passado, o estado chegou a realizar uma convocação para a escolha do plano geral urbanístico e projetos básicos e executivos em Deodoro. Na ocasião, ficou escolhido o projeto do Consórcio Migliecca Marobal. No fim do ano, no entanto, o estado também repassou a execução à prefeitura. Por isso, o complexo é uma das maiores preocupações tanto do prefeito como do COI. “A gente ficou sem gordura de tempo nenhum ali”, afirmou Eduardo Paes, na última quarta-feira. “Não há como negar que não podemos errar mais nada”, reconheceu.

Mais que Londres
Com o anúncio do custo total dos jogos do Rio feito essa semana, sob o total de R$ R$ 36,7 bilhões, o valor já supera as Olimpíadas de Londres de 2012, que custaram R$ 31,3 bilhões.

1.020 dias 
As obras estão previstas para conclusão em 1.020 dias. Como estamos a 840 dias do início dos jogos, a prefeitura diz que o prazo engloba também as readequações dos espaços, necessárias depois do evento, para minimizar os custos com a manutenção do complexo. A Arena Deodoro, por exemplo, terá 5 mil lugares durante a Olimpíada, mas apenas 2 mil lugares serão mantidos.

Comparação
Especialistas dizem que não é possível avaliar se o custo orçado da obra é excessivo, pois não há outro complexo nas mesmas dimensões para comparação. Mas a reforma do Maracanã custou mais de R$ 1 bilhão.

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