domingo, 29 de janeiro de 2012

29 de janeiro de 1975: O assassinato do Bandido Lúcio Flávio

 "Bandido é bandido, polícia é polícia. Como água e azeite, não se misturam".

Do Blog Seviero (http://sevieroc1945.blogspot.com)

Esta é a mais famosa frase de Lucio Flávio Vilar Lírio. Mas quem foi exatamente este homem que passou quase inteiramente a vida adulta em presídios, principalmente em Dois Rios, Ilha Grande. É muito simples dizer que foi um assaltante de bancos, de carros de entrega de mercadorias, de automóveis. Mas há algo de mais complexo na tecitura emocional e vivencial de presidiários. E com Lúcio Flávio não poderia ser diferente. Jovem da classe média mineira, nascido em 1944, filho de um funcionário público com uma professora de escola primária, louro, de olhos claros, frequentador de praias durante a juventude no Rio de Janeiro, sempre em grupo de amigos ..., mas a personalidade estava sendo tecida por fios invisíveis que surgiam de novelos adormecidos nos escaninhos da alma.

A família Vilar teve que se mudar para o Rio de Janeiro com os oito filhos pequenos, se instalando em Benfica e Bonsucesso. Isto após desencontros políticos - não bem esclarecidos - de seu pai com o então PSD que foi extinto na época. Há inclusive relatos de que Lúcio Flavio sentiu-se profundamente frustrado por não poder concorrer a um cargo de vereador no Espírito Santo em razão da negativa de seu pai, que alegava dificuldades financeiras.

"... motivo de sua incursão no mundo marginal teve sua gênese na época da ditadura militar no Brasil; em uma festa de casamento comemorada por sua família, alguns policiais do DOPS adentraram em sua residência e propiciaram momentos de constrangimentos, como os vividos pelo seu pai, que teve o rosto introduzido dentro de um bolo, como também, o espancamento de sua mãe; Lúcio, ainda um adolescente à época, foi igualmente vítima de espancamento, essas agressões teriam sido frutos da época em que ele vivia, ou seja, sob a "mão" pesada do regime militar; como o pai de Lúcio era cabo eleitoral de Juscelino Kubitschek, e por esse motivo não queria informar o paradeiro de Juscelino, ele tornou-se mais uma vítima da opressão daqueles idos; devido a todos esses acontecimentos, aos 18 anos, Lúcio transformou-se em um bandido." Esta frase entre aspas foi copiada de Wikipédia".

Em 1969 foi desbaratada uma quadrilha de ladrões de carros no Rio de Janeiro em que Lúcio Flávio foi identificado como membro. Descobriu-se logo que não era apenas um simples integrante, mas uma das figuras principais, posição que aprofundou após o assassinato do líder da quadrilha Marcos Aquino Vilar.
 Mas a estória é mais longa ...
Enviado por: Lucyanne Mano

Uma facada no pescoço, que seccionou a carótida, vários ferimentos no peito, mataram, na madrugada, o criminoso Lúcio Flávio, 31 anos, na cela 7 da galeria D do presídio Hélio Gomes, no Rio de Janeiro. O assassino, outro detento, Mário Pedro da Silva, alegou legítima defesa. Lúcio Flávio e Mário teriam brigado após uma roda de carteado.

 sergiomattar.com/Divulgação.Mariel Mariscotte

Prestes a dar um novo depoimento à Justiça, Lúcio Flávio era a principal testemunha nas investigações sobre as atividades exercidas pelo Esquadrão da Morte no estado. Com sua ajuda, foram condenados vários policiais, a começar por Mariel Mariscotte, acusado por ele de participação no Esquadrão da Morte, e de liderança em outra organização, de estelionato e roubo de automóveis.

Lúcio Flavio Vilar Lírio nasceu na capital mineira em 1944. Mas foi no Rio, morando em Bonsucesso que se especializou em roubo de carros e assalto a bancos. Liderava uma quadrilha formada pelo irmão Nijini, o cunhado Fernando C.O. e o amigo Liece de Paula, associava-se a policiais e atuava em todo o país. Altamente articulado e considerado o mais alto QI da marginalidade carioca, em doze anos de carreira no crime, com mais de quinhentos processos, quase cem anos de penas de detenção, destacou-se também pelas fugas espetaculares. Ao todo, chegou a escapar de 16 penitenciárias. "Sou bandido porque gosto", dizia sempre perante à Justiça, acostumado a assumir a culpa dos crimes que praticava. A trajetória de Lúcio Flávio no crime organizado, aliada à sua condição de testemunha-chave num processo envolvendo integrantes da própria Polícia e às contradições no depoimento de Mário Pedro foram aspectos extremamente contrastantes às circunstâncias excessivamente banais apresentadas na versão oficial de sua morte. O assassino de Lúcio Flávio logo teria o mesmo destino, assassinado por outro preso, que por sua vez, também seria assassinado dentro da prisão.

Em 1977, O cineasta Hector Babenco lançou o filme Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia, baseado no livro homônimo do escritor José Louzeiro, vencedor de quatro Kikitos de Ouro no Festival de Gramado de 1978, nas categorias de Melhor Ator (Reginaldo Farias), Melhor Ator Coadjuvante (Ivan Cândido), Melhor Fotografia e Melhor Edição.

http://www.jblog.com.br

8 comentários:

  1. eu vivi esta época dos anos 70,época em q só os classe média tinham tv ,carne era bofe,quando tinha,pão era fuba suado,manteiga era o leite puro fervido para dar uma nada ,brinquedos era pneus com cabo de vassoura,arco de ferro,pique lata,MAS VOU TE FALAR EU TINHA MEDO DE APANHAR E APANHAVA HOJE GRAÇAS A DEUS TRABALHO E TENHO FAMILIA MAS NESTA ÉPOCA 70 AS COISAS ERA DIFICIL E UM PASSO PARA VC SE TORNAR OU HOMEM DE BEM OU UM BANDIDO!

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  2. Ele viveu em lavras com sua mulher por alguns anos no fim da decada de 60 era padrinho da minha mãe, usava o nome de Dr. Mario quando estava em lavras, até o dia que minha mae foi lavar umas roupas e achou o rg dele no bolso de uma calça.

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  3. Olá, conheci um tal de Ivan Valente idoso com problemas com cancer, que me contou diversas historias sobre Lúcio Flavio, que era seu amigo e comparsa me disse que ficou muitos anos preso etc etc... nunca acreditei nessa historia dele, isso faz uns mais de 10 anos, sempre queria saber se a historia desse velho era verdadeira, procurei sobre os comparsas de lúcio Flavio e nunca encontrei nenhum Ivan.... alguem poderia me informar algo a respeito?

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  4. Lúcio Flávio era um homem de sublime beleza.

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  5. Seria possível encontrar mais fotos de Lúcio Flávio?

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  6. A glamurização do crime já começou naquela época e se estende pelos nossos dias. Colocam Lúcio Flávio como mais uma vítima da "ditadura", como foi Jesse James o bandido do velho oeste em que a família foi vítima do progresso das estradas de ferro. Mas a verdade é que já se nasce com o perfil criminoso. Para ser sociopata, não se precisa ser vítima de nada. O bandido é a razão em si. Como o próprio Lúcio Flávio (Noquinha) resumiu: "sou bandido porque gosto". Então senhores, se não fosse a ditadura, os maus tratos a família etc, o gem (perfil) criminoso de Lúcio Flávio, se manifestaria de outra maneira, nem que seja porque olharam feio pra ele. Bandido é bandido porque gosta. Prostituta é prostituta porque gosta e político é político porque gosta. Todos tem o mesmo traço de caráter.

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  7. Eu aqui rindo litros que o capeta era bonito 😂😂😂😂😂😂 esqueci eu sou caros castelhano diorno . Procurem no facebook

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